Ainda era cedo quando peguei a estrada rumo às ruínas da desconhecida Base Aeronaval do Amapá, construída e dirigida por militares da marinha dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial.
Pelo caminho, emoldurado por dezenas de búfalos pastando pelo alagado amazônico, carros riscavam o asfalto com pranchas de surfe empilhadas em suas carrocerias a caminho da Pororoca e suas violentas ondas.
Indícios de que o Amapá é uma dessas terras feitas da matéria dos sonhos, delírios.
Um destino tanto improvável quanto inesquecível no extremo norte do Brasil.
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As bases aéreas americanas no Brasil
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil contribuiu com as Forças Aliadas ‘emprestando’ seu território e permitindo a instalação de bases aéreas em pontos estratégicos da rota aérea do Atlântico Sul.
As bases militares forram construídas principalmente no norte e nordeste do país, em cidades como Belém, São Luís, Natal, Recife, Maceió, Fortaleza e Salvador.
Elas eram utilizadas como pontos táticos para o patrulhamento do litoral e pontos de apoio – escolta e armazenamento – de navios mercantes para as travessias ao continente africano e europeu.
A Base Aeronaval do Amapá era uma delas.
Base Aeronaval do Amapá
A Base Aérea do Amapá começou a ser construída em 1941 e por conta de sua posição estratégica, próxima à costa do Atlântico, foi muito utilizada para o atracamento de dirigíveis, os famosos Zepelim, também conhecidos como Blimps, especializados em detectar submarinos nazistas.
Não a toa, esses gigantes foram essenciais no combate e afundamento de dois submarinos alemães que perseguiam e navios mercantes na costa brasileira.
Quando a guerra acabou, a base foi devolvida ao governo brasileiro. Por algum tempo ainda passou a ser usada como pista de pouso, mas infelizmente caiu em desuso e foi esquecida.
A Base Aeronaval do Amapá nos dias de hoje
Hoje em dia, o local encontra-se em ruínas, mas é um verdadeiro museu a céu aberto. É possível caminhar por restos de memórias que contam uma parte da história do Brasil na Segunda Guerra Mundial.
Esqueletos de antigos tratores, caminhões e até tanques de guerra parecem vigiar as instalações fantasmagóricas da base aérea. Como almas penadas em um cemitério de sucata estadunidense, esses veículos foram testemunhas de uma história que pertence a todos nós brasileiros e que parece ter sumido dos livros.
Um dos destaques da minha visita à Base Aérea Americana no Amapá foi entrar – com cuidado – na antiga Casa de Força do complexo, que nos anos 40, funcionava como uma cidade. Tinha hospital, alojamentos, restaurantes e até cinema.
Fiquei muito impressionada também com o atracadouro de Zepelim. Algo que jamais imaginei ver pessoalmente na minha vida.
Além disso, também dá para visitar um pequeno museu que abriga algumas fotos antigas que contam um pouco da história do lugar.
Fonte: A base aeronaval norte-americana do Amapá-Brasil pós-Segunda Guerra Mundial, de Edinaldo Pinheiro Nunes Filho
Como chegar
A Base Aérea do Amapá fica a 15 km do centro de Município do Amapá, a 302km de Macapá, a capital e principal porta de entrada do estado do Amapá.
Você pode alugar um carro e dirigir até lá por conta própria ou contratar um tour particular com guia a partir de Macapá.
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Base Aérea Americana no Amapá | No Mapa
Confira no mapa interativo abaixo, a localização exata da Base Aérea Americana no Amapá.
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Alessandra viajou para o Amapá de maneira independente, com apoio logístico da Cunani Turismo e da APSetur.
Sou neto do Dr. Alfredo Oliveira, conhecido no Amapá como Cabo Alfredo. Meu avô atuou na antiga Base Aérea do Amapá e depois veio a ser o mentor e diretor do Museu à Céu Aberto da Base Aérea do Amapá, onde reformou e deixou o múseu em total condições de visita e que, infelizmente, na troca de governo, na época, por “vingança política”, o museu foi abandonado e destruído, causando um grande desgosto por parte de meu avô. Meu avô, na época recebeu na Base Aérea, o ex presidente da Argentina, Gen. Ruan Domingos Péron.
oi Kláudio, tudo bem? Obrigada pelo seu relato e visita aqui no blog.
Fui militar da FAB e estive nesta base no final de 1977, quando ela ainda estava em operação, eu era 3°Sargento e
comandante, juntamente com um soldado e um cabo, lá meu apelido era TIROTEIO pois na falta do que fazer etirava o dia todo e caçava nas matas.
Foi uma época muito feliz apesar de caminharmos aproximadamente 10 km para irmos nos bailes da cidade nos fins de semanas.
olá edson
não sei se você conheceu meu avô, sr. raimundo dário, era morador da base aérea.
Muito boa sua materia gostei muito
Valeu!