Nos últimos dias, as três maiores companhias aéreas americanas: Delta, United e American Airlines, assim como a Air Canada, proibiram o transporte dos chamados ‘troféus de caça’ em suas aeronaves, em resposta a um assunto recente super comentado: A morte do Leão Cecill, símbolo do Hwange National Park, no Zimbábue.
Para relembrar o que aconteceu, Cecil foi morto por um caçador norte americano, que pagou cerca de U$50.000 pela caçada ilegal.
Segundo informações, o leão foi atraído para fora do parque, e após ser atingido por uma flecha, sofreu por cerca de 40 horas até que foi rastreado pelo ‘caçador’ e seu ‘guia’, e morto com um tiro na cabeça.
Este episódio lamentável conseguiu colocar de novo em evidência um problema que já há algum tempo atinge alguns países da África, onde a caça de leões continua legal – o caso da morte de Cecil ainda está em julgamento, uma vez que sua vida era protegida -.
Acredita-se que existam mais de 7.000 cativeiros comerciais de leões na África do sul, e o comércio não pára de crescer.
A indústria da caça enlatada é uma realidade perturbadora em um país lotado dos chamados ‘Parques de Leões’, que exploram os animais para entretenimento turístico. Há quem diga que existam mais leões em cativeiro do que selvagens na África do Sul.
Durante nossa visita ao país, quase visitamos um desses parques, mas assim que estacionamos o carro, algo parecia errado, muito errado.
Só depois fiquei sabendo por um vídeo do Kevin Richardson, chamado também de Lion Whisperer, ou encantador de leões, as atrocidades cometidas nestes locais.
Quando estes leões são filhotes, eles são separados à força de suas mães e usados em uma rotina desgastante de abusos, muitas vezes sem alimentação adequada, em espaços pequenos e lotados para que turistas sedentos por selfies possam satisfazer seus desejos egoístas.
E quer saber o que acontece que aqueles filhotinhos fofinhos que você pegou no colo e até deu mamadeira? Após adultos eles são vendidos a traficantes de animais e quase sempre acabam na mão da indústria da caça enlatada.
O mesmo acontece com diversas espécies, como tigres e elefantes, que também são explorados, tudo pelo ‘entretenimento’.
Entretenimento com animais é abuso!
Como viajantes, turistas, e seres humanos, devemos assumir a responsabilidade por nossos atos, visitas, e ‘padrões de consumo’. Animais selvagens não são produtos. Apoiamos a World Animal Protection, que tem um site super informativo sobre o abuso de animais ‘justificado’ pelo turismo.
Além disso, neste link você tem uma lista com destinos e atrações responsáveis na África, que são totalmente contra este tipo de abuso, e oferecem alternativas interessantes pra observar a vida selvagem africana.
E já que estamos falando de abuso animal, não tem como não citar um o caso do famoso Sea World, que continua a cometer um crime mantendo em cativeiro baleias e golfinhos. Não vá a este tipo de parque. Não alimente essa indústria. Seja consciente. Faça sua parte!
Se você não tem opinião formada sobre isso, por favor assista aos documentários Blackfish e The Cove, e me diga. Os dois estão disponíveis no Netflix, e são uma ótima oportunidade pra entender o que de fato acontece por trás das imagens de baleias felizes.
Somos totalmente contra o turismo exploratório!